Entrevistem especialistas da equipe e convidados de fora. Tentem fazer com que cada entrevista dure de quinze a trinta minutos. Perguntem sobre a ideia, a pesquisa de satisfação do cliente, como as coisas funcionam e projetos anteriores.
Vocês estão avançando muito bem e finalmente chegaram no primeiro exercício na parte da tarde de segunda-feira. Nele vocês pedirão aos especialistas da equipe e especialistas convidados de fora que compartilhem tudo o que sabem. Finjam que são repórteres e atualizem o objetivo de longo prazo, as perguntas do Design Sprint e o mapa à medida que forem avançando.
A equipe enxerga muito bem o desafio que tem pela frente, mas esse conhecimento está espalhado entre os integrantes:
Uns sabem mais sobre os clientes;
Uns sabem mais sobre o produto;
Uns sabem mais sobre o negócio;
Uns sabem mais sobre a tecnologia;
Outros sabem mais sobre o marketing;
E assim por diante...
No curso natural de trabalho, as equipes não têm a chance de unir forças e usar todo esse conhecimento. Nesse exercício, é exatamente isso que vocês irão fazer.
A tarde da segunda-feira é quase toda dedicada a um exercício que chamamos de Entrevistar especialista. Que nada mais é do que uma série de entrevistas individuais com as pessoas que integram a equipe do Design Sprint. Pessoas da própria startup ou corporação e talvez até mesmo pessoas de fora com conhecimentos especiais. À medida que avançam, cada membro da equipe fará anotações particulares. Vocês reunirão as informações necessárias para selecionar o alvo e, ao mesmo tempo, acumularão combustível para as soluções a serem esboçadas na terça-feira.
Por que vocês devem se dar a todo esse trabalho? Normalmente quando começarem a conduzir um Design Sprint, vocês irão achar que poderão obter todas as informações simplesmente conversando com as pessoas no comando: CEOs, lideres ou os gerentes. É normal vocês acharem que os Definidores devem ser os que mais sabem ou entendem sobre o projeto, certo? Bem, no fim das contas, eles não sabem tudo — mesmo quando acham que sabem.
Grandes desafios têm muitas nuances, e, para vocês entenderem esse contexto, precisarão incorporar informações de muitas fontes. Ninguém sabe tudo, nem mesmo o CEO. Em vez disso, as informações estão distribuídas de modo assimétrico entre a equipe. No Design Sprint, é preciso reuni-las e entendê-las. Perguntar aos especialistas é a melhor e mais rápida forma de fazer isso.
Decidir com quem falar é uma arte. Quando se trata das suas próprias equipes, vocês provavelmente já terão uma boa ideia em relação às pessoas certas. É útil ter ao menos um especialista que possa falar sobre cada um dos seguintes tópicos:
Comecem conversando com o Definidor. Se ele não estiver presente em tempo integral no Design Sprint, certifiquem-se de que poderão contar com a expertise dele ao menos na tarde da segunda-feira. Algumas perguntas úteis:
O que fará deste projeto um sucesso?
Qual é a nossa vantagem ou oportunidade únicas?
Qual é o maior risco?
Quem conversa mais com os clientes? Quem pode explicar o mundo a partir da perspectiva deles?
Quer essa pessoa venha do departamento de vendas, do atendimento ao consumidor, de pesquisa etc. Suas impressões provavelmente serão cruciais.
Quem entende a mecânica do produto? Na equipe do Design Sprint, vocês incluirão as pessoas que desenvolvem o produto ou concretizam as ideias — o designer, o engenheiro, o marqueteiro...
Considerem a possibilidade de convidar o especialista financeiro, o especialista em tecnologia/logística e o especialista em marketing. Conversem com dois, três ou quatro especialistas em “como as coisas funcionam” para entenderem de que maneira tudo vai se encaixar.
É comum algum membro da equipe já ter pensado no mesmo problema com detalhes. Essa pessoa pode ter uma ideia a respeito da solução, uma experiência que fracassou, ou talvez até algum trabalho em construção. Examinem essas soluções preexistentes. Muitas equipes de Design Sprint obtêm ótimos resultados finalizando uma ideia inacabada ou consertando algo que falhou.
Conversar com esses especialistas trará à memória da equipe coisas que os integrantes já sabiam, mas que podem ter esquecido. Sempre rende algumas ideias surpreendentes. E o processo tem ainda um agradável benefício de longo prazo: ao pedir a colaboração das pessoas no início do projeto, vocês fazem com que elas se sintam parte do resultado. Mais tarde, quando colocarem soluções bem-sucedidas em prática, os especialistas que vocês trouxeram a bordo provavelmente vão estar entre os seus maiores apoiadores.
Reserve de 15 minutos a meia hora para cada conversa, embora todo esse tempo talvez não seja necessário. Quando o especialista estiver pronto, siga esse roteiro simples para fazer as coisas andarem:
Apresentem o Design Sprint: Se o especialista não faz parte da equipe do Design Sprint, expliquem qual é o objetivo.
Revisem os quadros brancos: Façam uma explicação de uns dois minutos sobre o objetivo de longo prazo, as perguntas do Design Sprint e o mapa.
Abram a porta: Peçam aos especialistas que contem tudo o que sabem sobre o desafio em questão.
Façam perguntas: A equipe do Design Sprint deve agir como um grupo de repórteres apurando uma história. Peçam aos especialistas que preencham lacunas pertencentes à área dele. Peça que lhes digam o que eles acham que vocês já sabem. E, o mais importante, peçam aos especialistas que falem em que pontos vocês erraram.
Você vê alguma coisa incompleta no mapa?
Você Acrescentaria alguma pergunta do Design Sprint a sua lista?
Que oportunidades você vê?
Dica: Usem muito as frases: “Por quê?” e “Fale mais sobre isso”, elas são muito úteis nessa atividade.
Corrijam os quadros brancos: Acrescentem perguntas ao Design Sprint. Alterem o mapa. Se necessário, atualizem o objetivo de longo prazo. Os especialistas vão estar lá para dizer o que vocês não sabiam (ou deixaram passar) de manhã. Por isso, não tenham vergonha de fazer revisões.
É isso. Os especialistas não precisam preparar uma apresentação em slides. Se já tiverem alguma coisa para mostrar, ótimo, mas, na maioria das vezes, uma discussão direta sobre o mapa e os clientes é mais eficiente. A necessidade de improvisação pode causar um pouco de nervosismo, mas funciona. Se forem especialistas de verdade, eles dirão coisas sobre as quais vocês nem saberiam perguntar.
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