Ao longo dos anos, a história corporativa vem nos mostrando que brainstorms¹ em grupo não funcionam. Aqui estão artigos sobre o assunto de 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015. E essa não é uma tendência recente — metade desses artigos cita um estudo de Yale de 1958 que descobriu que indivíduos que trabalham por conta própria são enfaticamente melhores na resolução de problemas do que equipes de brainstorming.
No entanto, continuamos realizando brainstormings o tempo todo. Quando surge um problema para resolver, tem um grupo de pessoas envolvido e logo alguém diz: “Vamos debater algumas ideias”. Sempre tem uma pessoa que sugere a brilhante ideia: “Claro, vamos conduzir um brainstorming?”.
Em 2008, quando trabalhava como designer no Google, Jake Knapp conduzia muitos brainstormings em grupo. Por muito tempo, ele estive interessado em ajudar as pessoas a serem mais produtivas e eficazes no trabalho. O brainstorming de grupo estruturado parecia perfeito. Afinal, as pessoas já usavam brainstorming com frequência. Então Jake pensou: por que não ensiná-las a fazer isso corretamente? Quando os engenheiros seguiram as regras clássicas (adiar o julgamento, encorajar ideias malucas e assim por diante), eles conseguiram gerar pilhas de soluções. Não só isso, eles gostaram muito do processo.
Então, um dia, no meio de uma dessas sessões de brainstormings para mais ou menos 100 pessoas, um engenheiro se levantou e perguntou em voz alta: “Como você sabe que o brainstorming em grupo realmente funciona?”
Jake não tinha uma resposta! E naquele momento, segundo ele mesmo relata — percebeu o quão tolo havia sido.
Mais tarde, estimulado pela dúvida, Jake dedicou um tempo para revisar os resultados de todos os brainstormings que havia realizado até aquele momento no Google. O que aconteceu nas semanas e meses após cada brainstorming? Os resultados foram deprimentes para ele. Nenhuma nova ideia gerada nos brainstormings conduzidos por ele eram construídas ou lançadas. As melhores ideias — as soluções que as equipes realmente executaram — haviam vindo do trabalho individual.
Mesmo com essa informação, Jake ainda estava convencido de que o trabalho em equipe era importante. As equipes fornecem uma variedade de habilidades e conhecimentos, bem como opiniões conflitantes, e segundo ele são ingredientes muito importantes para o sucesso. Por isso, Jake acreditava que as equipes poderiam fazer um trabalho melhor — e mais rápido — se tivessem um método a seguir.
A partir de então Jake estava determinado a inventar algo que funcionasse muito bem. Foi então que descobriu que se quisesse um ótimo processo de solução de problemas, teria que criá-lo do zero e construí-lo com base no trabalho individual.
O lado bom, é que as equipes do Google estavam sempre abertas à experimentação. Sendo assim, em 2010, ele pensou em uma grande alternativa para os famosos e “nada efetivos” brainstormings: um processo de cinco dias que chamou de “Design Sprint”. A partir dali, Jake testou o Design Sprint em praticamente tudo: começou com as equipes do Gmail, passando para o Google X e até mesmo no Buscador do Google. O resultado dessa trabalho, foi que o novo método funcionou muito bem. A saída do Design Sprint transformou-se em um produto real.